Esta comunicação parte de meu projeto de doutorado objetiva abordar as contribuições da perspectiva decolonial para o entendimento das dinâmicas de organização dos camponeses em Itauçu-Goiás no Brasil, analisando como eles foram se mobilizando no processo de construção de ações coletivas que produziram mudanças nas relações de poder e de opressão. As narrativas na perspectiva colonial sempre tratou os camponeses como vítimas e sujeitos do atraso, todavia a perspectiva decolonial propõe que nos situamos a partir destes sujeitos sociais inferiorizados que resistem a constroem práticas e conhecimentos insurgentes numa perspectiva contra-hegemônica. Essa comunicação pretende mostrar como esses camponeses mobilizam seus saberes tradicionais nas suas lutas de re-existência, em um espaço de fronteira, aqui entendida como local de conflito, mas também como lócus da utopia de construção de um mundo mais justo e humano. Os camponeses oprimidos re-existentes nos convocam a reconhecer que há outra história, outras ações coletivas reafirmando sua outra humanidade na História. Pretende-se mostrar que, através dos movimentos sociais do campo, os camponeses repõem as re-existências como matriz perene de humanização. Tal como sugere Arroyo (2023) pretende-se identificar se os camponeses itauçuenses são vidas re-existentes à dialética opressão-desumanização, e se suas ações ao longo das décadas afirmam uma outra dialética: desumanização/re-existências/humanização.
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EDITORA PHILLOS ACADEMY
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